HISTÓRIA DO MUNICÍPIO DE ALMAS – TO
Almas-TO 2017 |
Igreja Católica de São Miguel ao fundo o Altar |
Igreja de Católica de São Miguel |
Almas-TO, década de 60 |
Almas-TO, década de 80 |
Existem relatos que por volta
de 1610 a 1730, com as Bandeiras e as Missões Religiosas, presentes
no interior do Brasil, estas passaram por esta região particularmente pelo local onde hoje sedia a cidade de Almas, onde já existia Aldeias de Índios.
Mas a história registra, que foi em 29 de setembro de 1734, a chegada ao lugar dos primeiros
moradores de fato, tendo à frente o português Manoel Ferraz de Araújo, que percorria a
região a procura de ouro. Seu primeiro nome foi São Miguel das Almas. Ainda
no século XVIII, a Coroa de Portugal,
procurando garantir sua arrecadação aqui na capitania de Goiás, instalou postos
de fiscalização e arrecadação dos tributos incidentes sobre animais em trânsito
de uma capitania para outra. Assim como os “registros”,
fiscalizavam o ouro, as contagens eram especializadas na tributação de gado e
outros animais. Contudo, fiscalizavam e arrecadavam outros tributos de quem ali
passasse. “Contagem” foi um termo
usado pela primeira vez em Minas Gerais para designar a “Contagem do Ribeirão das Abóboras, origem da cidade de Contagem naquele Estado. No Estado de Goiás, os fiscais eram
chamados de “contageiros”.
Em 1798, a Rainha D. Maria I
determinou a extinção desse cargo, unificando-o com o cargo de “Fiel de Registro”. Almas teve seu posto, denominado “Contagem das Almas”, que foi mencionado pelo Padre Luiz Antônio da
Silva e Sousa, mas este posto já existia em 1780.
Em 1710, chegaram nesta região os Bandeirantes para fazer exploração de ouro. Para o município de Almas – TO, veio o Bandeirante Bernardo Homem, que explorou ouro utilizando mão–de-obra escrava, tanto dos negros trazidos da Bahia e Pernambuco, como dos Índios que viviam na Aldeia. Foi a partir deste período, com a mistura de Negros, Índios e Portugueses, que começou o povoado propriamente dito.
Em 1710, chegaram nesta região os Bandeirantes para fazer exploração de ouro. Para o município de Almas – TO, veio o Bandeirante Bernardo Homem, que explorou ouro utilizando mão–de-obra escrava, tanto dos negros trazidos da Bahia e Pernambuco, como dos Índios que viviam na Aldeia. Foi a partir deste período, com a mistura de Negros, Índios e Portugueses, que começou o povoado propriamente dito.
Apesar de ter
chegado ao local depois do português Manoel Ferraz de Araújo, o português
Bernardo Homem é considerado o fundador do município, construiu a primeira
igreja católica, trazendo de Portugal várias imagens sacras, inclusive a de São
Miguel, pois era costume dos bandeirantes, levarem para cada povoado que surgia uma imagem Sacra para abençoar os novos povoados. Ele deu o nome ao local de Arraiá
de São Miguel das Almas.
Com o evento da Independência do
Brasil, em 1822, Bernardo Homem
e seus escravos garimpeiros foram obrigados a abandonar as minas de ouro do
Arraiá de São Miguel das Almas, e regressarem a Portugal, por ordem da Corte, conduzindo somas altíssimas em arroubas de ouro.
Terminada a fase febril da extração do ouro, o povoado entrou em
decadência por um longo tempo. A recuperação demográfica e econômica somente
aconteceu décadas depois com a introdução e criação de gado em algumas fazendas
do município.
Este município, de acordo
com o livro Geografia Histórica da Província de Goiás, de Raimundo José da
Cunha Matos, consta que está a 14 (quatorze) léguas ao oriente da Natividade:
consta 73 casas humildes; Igreja de São Miguel mui pobre. O Rio Manoel Alves fica
três léguas distante do Arraial, que é freguesia. Tem uma Companhia de
Ordenanças, e daqui ao registro do Duro há dez léguas. Consta ainda que a
Comarca de Goiás é composta de Serras elevadas, e a maior parte delas
escalvadas ou com pouca vegetação, uma das principais montanhas é a seguinte:
Serra Negra, ao norte do Rio Traíras no julgado deste nome, terá seis léguas de
extensão.
Na época, o ouro, o que
por motivo de sua cor parda chamaram de podre, foi motivo de imensas desordens
no tempo do Governo de Tristão da Cunha e Menezes. Riqueza imensa foi encontrada no Arraial de São Miguel e Almas e nas
terras de D. José de Matias, ainda pelo Bandeirante Bernardo Homem.
INDÍGENAS EM ALMAS
Os índios cabeças da
servidão foram executados. Melhor seria executar o Coronel Venceslau Gomes da
Silva, diretor das aldeias, e os seus companheiros que talvez foram os mentores
da sublevação, esse modo satisfazia aquele coronel e as suas crueldades. Por
causa de 90,00 (noventa cruzados) que roubou da fazenda pública, como diz o
autor das M.G. ele foi remetido preso para Lisboa em cuja viagem faleceu.
A aldeia de São Francisco Xavier, a três léguas distantes do Arraial de São Miguel e Almas foi
povoada pelos índios Chacriabás, ou Xiquiriabás, e Acroás. A sublevação desses
índios contra a guarnição militar no ano de 1756 serviu de pretexto para daí a
anos se mudarem. Muitos Acroás para as cidades de São José dos Massamedes, e os
Chacriabás para a de Sant’ana do Rio das Velhas, por determinação do Governador
e Capitão General José de Almeida e Vasconcelos. Nessa Viagem passando pelo
Arraial de São Miguel, os Acroás ainda fizeram visita à fazenda Sant’ana do Sr.
Doroteu da Rocha.
FORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
Distrito criado
com a denominação de Miguel e Almas, pela lei provincial nº 15, de 10-11- 1854,
subordinado ao município de São José do Ouro.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
distrito de Miguel e Almas, figura no município de São José do Ouro.
Pela
lei estadual nº 428, de 21-06-1913, o distrito de Miguel e Almas foi
transferido do município de São José do Ouro para o município de Natividade.
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o distrito
de Miguel e Almas, figura no município de Natividade.
Assim
permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pela lei
estadual nº 557, de 30-03-1938, o distrito de Miguel e Almas tomou a
denominação simplesmente de Almas.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, figura no
município de Natividade o distrito de Alma (ex-Miguel e Almas).
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
1-VII-1955.
Elevado à
categoria de município com a denominação de Almas, pela lei estadual nº 2.094,
de 14-11-958, desmembrado de Natividade. Sede no antigo distrito de Almas.
Constituído de 2 distritos: Almas e Rio da Conceição, ambos desmembrados do
município de Natividade. Instalado em 01-01-1959.
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
(RIHGB, 12: 497 e 508
– Revista do Arquivo Histórico Estadual de Goiás, n.1, mapa na capa, disponível
em: www.receita.fazenda.gov.br/historico/SRF/Historia/catalogo_colonial/letrac/contagens.html.
MATTOS,
Raimundo José da Cunha, Corografia histórica da Província de Goiás.
Goiânia (GO): Sudeco, Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Governo
de Goiás, 1979.
HALUM, Cesár Hanna, Municípios Tocantinenses – Suas origens, seus
nomes. 362p. Palmas: Provisão, 2008.
3 comentários
Clique aqui para comentáriosMuito bom... Eu como filha da cidade não sabia da história do lugar. Fiquei perplexa com a foto da igreja.😱 muito bom
RespostaPois é Renata, o objetivo é esse!!! Mostrar ao nosso povo a nossa própria história.
RespostaParabéns, Mauro, por essa iniciativa de pesquisar e registrar as origens históricas de nossa cidade. Como você demonstrou o que temos do período mais antigo é sempre a partir do olhar de alguém de fora. Falta-nos acesso aos arquivos antigos do município.
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